TJ vai investigar servidor que tentou entrar armado em sessão
Juiz suspeita que poderia ser vítima de atentado e comunicou a coordenador militar do Poder
Fonte: MidiaNews | Data: 2024-07-17 20:32:07 | Categoria: Policial
A Coordenadoria Militar do Tribunal de Justiça abriu um procedimento interno para apurar como o servidor Mauro Viveiros Filho entrou armado em uma sessão realizada no prédio no início deste mês. É proíbido portar arma dentro da sede do Judiciário.
Ele é filho do procurador de Justiça aposentado Mauro Viveiros e chefe de gabinete do desembargador João Ferreira Filho.
O episódio ganho repercussão após o juiz Wladymir Perri comunicar à Coordenadoria Militar que ele poderia ter sido vítima de um atentado por parte de Viveiros.
Perri atuou na ação sobre a morte do irmão de Viveiros, Ramon Alcides (entenda melhor abaixo).
O procedimento contra Viveiros investigará por onde ele entrou com a arma, quais as intenções dele em andar armado pelo prédio do Tribunal de Justiça e se ele já andava armado antes da data. O servidor deverá ouvido no procedimento.
Por conta do episódio, a segurança do prédio também foi reforçada. Agora, todas as entradas do Judiciário contam com detector de metais móveis.
Supostas ameaças
Viveiros tentou entrar armado em uma sessão da Segunda Câmara Criminal, na tarde do último dia 3, em que estava sendo analisado um recurso sobre a morte do irmão dele. Ramon foi atropelado em frente à boate Valley Pub, em dezembro de 2018, e morreu cinco dias depois.
Conforme documento divulgado pela imprensa, Wladymir Perri revelou que tem sofrido ameaças desde que decidiu não mandar a bióloga que atropelou Ramon à júri popular. A sentença foi assinada em 2022.
O magistrado afirmou que, no dia em que Viveiros foi flagrado com o armamento, ele participaria da sessão da 2ª Câmara Criminal do TJ.
Segundo o juiz, as ameaças que vem sofrendo partem do pai do servidor do TJ, Mauro Viveiros, pela não aceitação da sentença, no processo sobre a morte do filho.
“Considerando que nessa sessão cogitei estar presente, e considerando que venho recebendo constantes ameaças até os dias atuais, instigado pelo assistente de acusação daquele processo [Valley], qual seja, pelo individuo, Mauro Viveiros, coincidentemente, pai do servidor que teria ou estaria armado”, relatou o juiz ao TJMT.
Segundo o documento, o servidor Mauro Viveiros estava armado no prédio, mas foi barrado na sessão e não conseguiu entrar armado dentro do plenário.